Coluna Jorge Barros: WILLIAM SHAKESPEARE: A VIDA É CHEIA DE SOM E FÚRIA
Engana-se quem afirma que William Shakespeare, o poeta e dramaturgo de Stratford - upon - Avon, Inglaterra, escreveu somente para os ingleses de sua época. Não, Shakespeare escreveu para os seus contemporâneos e para todos os ingleses e não inglês que viriam depois dele. Já em sua época, ele tinha plena certeza que a vida era cheia de som e fúria, e que também o mundo estava fora do prumo; estava fora dos eixos. Para o som e fúria, numa adaptação livre e moderna, pense-se numa vida conturbada em todas as suas dimensões. Uma vida que se desagrega e se autodestrói em todos os sentidos, apesar dos discursos pela paz serem proferidos todos os dias e todas as horas por muitos que acreditam nela; e também por muitos que nela não acreditam nem um pouco. W. Shakespeare compreendia o homem, mas não depositava muita esperança no homem; ele buscava boas referências no homem, mas sabia que o homem é mais erro do que acerto; é mais contradição do que emoção e inspiração. Já no seu conturbado tempo, a Inglaterra da Era da Renascença, ele sabia que o som provocado pela raça humana – ganância, guerras, violência, intolerância, ódio, soberba, arrogância, destruição, morte, terror - estava em desacordo com o som emitido pelos pássaros, pelo choro de uma criança e pela queda das águas de uma cachoeira. Durante sua estadia aqui na terra, o autor de Romeu e Julieta, tudo está bem quando bem acaba, Sonho de uma noite de verão, A comédia dos erros, Hamlet ... sabia que a fúria provocada pela vida dos homens terminaria no que atestamos hoje: desencontro de primaveras e a incerteza do dia de amanhã em um mundo totalmente fora do prumo. Para você refletir e meditar. Livros indicados nesta coluna: 1. Shakespeare: poeta e cidadão. Victor kiernan. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1999; 2. O mundo fora do prumo: transformação social e teoria política em Shakespeare. José Garcez Chirardi. São Paulo: Almedina, 2011; 3. Shakespeare nosso contemporâneo. Jan Kott. São Paulo: Cosak & Naiff, 2003. LEIA SHAKESPEARE, ELE É ACESSÍVEL A TODOS. BRAVO!
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